quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bacana, Bafana!



Bom, a Copa das Confederações da África do Sul foi boa. Não apresentou nada de muito interessante em relação à futebol, mas mostrou que se algumas coisas estruturais não estão andando como se esperava (como transporte, etc.), a alegria do público que ia ver os jogos era impressionante. Uma Copa do Mundo na África, um continente que ajudou demais na popularização do futebol, é uma dívida que o mundo da bola está pagando com os africanos. A festa do público nas arquibancadas, com as vuvuzelas (uma das polêmicas da Copa, se não foi a principal) ou coreografias foi extraordinária. Nelson Mandela, um dos principais líderes da luta contra o apartheid, deve estar feliz com a festa que o seu país. Que grande honra para o nosso Joel, aliás, conhecer e conversar com uma lenda do século XX, deve ter sido incrível. Ele bem que tentou abençoar Joel Santana e os seus comandados, mas a seleção sul-africana caiu diante do Brasil por 1 a 0. Torci demais para os sul-africanos, pois para o Brasil uma Copa das Confederações não muda nada a nossa posição em relação ao futebol mundial, nossos cinco títulos não serão apagados porque a África do Sul ganharia uma semifinal do Brasil. Para os sul-africanos porém, seria a maior glória do futebol deles e seria sem dúvida uma bela festa. Podem me chamar de anti-patriótico, mas é o que eu sinto.

Mas apesar de minha torcida, a África do Sul não conseguiu resistir ao chute de Daniel Alves (que para mim deve ser o titular da lateral-esquerda) e perdeu. Porém resistiu durante o jogo todo, marcando bem o Brasil e usando as laterais para atacar, principalmente pelo lado direito com Gaxa. Apesar de criar boas oportunidades, faltou alguém na área para concluí-las. Benny Mcarthy, que joga na Inglaterra (acho que joga no Blackburn), poderia ser esse cara, porém acho que o Joel brigou com ele e não o chama mais para a seleção. Mas a África do Sul mostrou que o trabalho de Papai Joel já rende frutos. na decisão do terceiro lugar, por pouco os Bafana Bafana não surpreenderam a Espanha, perdendo por 3 a 2 na prorrogação (aliás, uma falha inacreditável do goleiro). Mas aí os cri-cri irão dizer: "Ah, a Espanha não tava nem aí pra esse jogo!". Porém, é inegável que essa seleção pode evoluir até a Copa. Pode ser que não ganhe nenhum jogo e caia na primeira fase. Mas que o time do seu Joel tem uma cara, isso tem.

Bom, quanto ao Brasil do Dunga, parabéns. Ganhou de forma heróica dos EUA por 3 a 2, o time merece todos os elogios. É um time que não empolga, não há grandes jogadas, porém há resultados e eficiência, tão cobrada por todos. O time (ou grupo, palavra preferida para começar uma frase por 11 entre 10 jogadores) está engajado e unido, mesmo os caras que não vem rendendo tão bem (Robinho, Gilberto Silva) se esforçam para tentar acertar e permanecer no time. Porém, acho que algumas coisas podem ser consertadas. O lateral-direito não pode ser o Maicon (o novo Cafu, também não acerta um cruzamento!), tem de ser o Daniel Alves. Na lateral-esquerda, o André Santos (apesar de ter sido campeão pelo Corinthians) não deve ser o 6 titular. Neste caso vale a pena testar Fábio Aurélio e Marcelo, que são opções muito mais interessantes. A dupla de volantes também não me agrada, mas dá pro gasto. Ramires tem de ser titular, ele vive uma fase muito melhor que o Elano, nessa Dunga acertou em cheio. Mas ele precisa vir como um homem do meio, metendo bolas pra Luís Fabiano e Robinho, e não como vi ele jogando contra os EUA, lá na frente enquanto Robinho vinha dar 232434 pedaladas e perder a bola no meio de campo. A dupla de ataque aliás que tem um cara que vive um momento incrível, que é o Luís Fabiano e o Robinho, que vem muito mal. O Luis Fabiano é um cara que merece o sucesso que vem colhendo hoje. É um jogador talentoso e raçudo demais, um cara pelo qual eu tenho vontade de torcer (aliás, faltam caras que nos despertem esse desejo hoje na Seleção). Já o Robinho é o oposto: apático, omisso em muitos momentos, nem parece aquele Robinho genial do Santos ou até mesmo aquele que salvou a pele do Dunga na Copa América. Atualmente ele parece mais o Denílson, cujo grande lance na carreira foi driblar três turcos em uma Copa do Mundo. Minha seleção ideal seria essa (está aberta à discussões): Júlio César, Daniel Alves, Lúcio, Juan (excelente dupla de zaga aliás, os dois continuam jogando muito) e Fábio Aurélio; Felipe Melo (não me lembro de nenhum bom primeiro volante atualmente), Ramires, Alex (do Fenerbahçe) e Kaká; Nilmar e Luís Fabiano.

Quanto as outras seleções, a Espanha não deve ser descartada como favorita, pelo contrário (já ouvi gente dizendo que os espanhoís não jogam nada, que absurdo!). A Itália está velha demais (já tem jogador correndo com bengala em campo, hehehe!), mas é sempre perigosa, não dá pra dizer que a Azzurra está fora do páreo. Os EUA tem muito potencial, marcam bem e atacam da mesma maneira, Dempsey, Donovan, Altidore (que lembra o Dwayne Wade do Miami Heat) e Clark podem incomodar muita gente boa daqui a 1 ano. O Egito tem talento, mas fraquejou contra os EUA. Falta malícia e experiência em torneios internacionais. Vamos ver como essa galera irá chegar a Copa do Mundo, quando a disputa será a vera, parceiro!

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