segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fugees: The Score e seus artilheiros



No momento em que escrevo este post estou ouvindo este cd: The Score, do grupo de hip hop The Fugees (uma abreviação da palavra em inglês refugees, que em bom português quer dizer refugiados). Este nome se deve ao fato de dois dos integrantes, Wyclef Jean e Pras Michael serem imigrantes haitianos que foram para os EUA quando pequenos.

Gosto de hip hop, mas nem de longe é o meu estilo preferido. Ouço de vez em quando alguma coisa na rádio, outra em festas, mas quando estou em casa, de bobeira, hip hop não faz parte praticamente da lista de músicas que costumeiramente ouço. Não sou especialista no estilo, o que eu conheço de história do estilo é o que ouço de vez em quando na TV ou do que eu leio as vezes na Internet. Sei que o grande pioneiro do hip hop foi o Grandmaster Flash, mas nunca ouvi uma música do cara (talvez já tenha ouvido, mas não associe a música ao músico). Portanto o que posso dizer nas próximas linhas pode ser uma grande besteira.

Mas The Score me impressionou demais. Não é um cd simples de hip hop. Tudo me impressionou neste disco: a escolha das músicas que foram sampleadas, a qualidade e a força das letras (e as vezes até mesmo o bom humor), as boas interpretações de Wyclef Jean, Pras Michael e da bela pérola negra Lauryn Hill. Hoje nos acostumamos a formular em nossas cabeças que o hip hop são clipes de caras engravatados, que esbanjam fortuna andando em Ferraris e Lamborghinis, cercados por várias gostosas, todas prontas para servir ao senhor rapper. Mas ouvindo The Score e me lembrando de alguns outros compositores de hip hop da mesma época do Fugees e até de épocas anteriores chego a conclusão que há muita coisa boa do hip hop que vale a pena ser valorizada e salva. Nada contra os rappers engravatados, adoro ouvir suas músicas nas festas. Mas como dizia o Titãs em Comida: "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão, balé." Vale lembrar que este cd ganhou vários prêmios e vendeu muito (ganhou uns Grammys), então dá pra dizer que as pessoas sempre valorizarão música de boa qualidade.

Ready or Not, Fu-Gee-La, Killing Me Softly (regravação da música interpretada por Roberta Fleck), No Woman No Cry (bela interpretação de Wyclef). Apesar dos grandes sucessos o disco é muito mais que isso. O tema principal é a relação dos refugiados com a nova terra, mas também fala de violência, amor, dentre outros temas, de forma interessante. As músicas são boas para ouvir e para dançar também (os quatro hits desse disco tocavam e ainda tocam de vez em quando nas festas). O que faz uma música boa e de qualidade: além de entreter, nos faz refletir sobre coisas as quais nunca reparamos antes.

The Score é uma obra-prima do hip hop, porém ainda não mudou a minha relação com o hip hop. Continua não sendo meu estilo de música preferido. Mas com os seus artilheiros eficientes e visionários, The Score faz com que o hip hop ganhe pontos comigo.





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